"Jovens são condicionados a pensar agora que o cinema é composto de filmes de edição rápida, sem muito desenvolvimento dos personagens e com uma infinidade de cenas de ação. Os personagens de super-herói se encaixam bem nisso."
Essa frase de um renomado professor americano sintetiza claramente quais são os rumos do Cinema atualmente.
Na minha primeira postagem, ressaltei que um grande erro é criticar preconceituosamente os filmes blockbusters (feitos exclusivamente para a obtenção de lucro) como sendo necessariamente ruins, e os filmes ditos alternativos (cults) bons. Ou no mínimo, tendo essa rotulação como um grande ponto a seu favor.
No entanto, sabemos claramente que como toda arte, o Cinema não limita-se ao comercial e ao distrativo.
Tendo isso em mente, podemos notar como recentemente os filmes de super-heróis obtém uma enorme divulgação, publicidade e uma ansiedade forçada. Tudo faz parte de um jogo genial de marketing - que faz a massa deslocar-se ao cinema.
O filme da vez é Batman, que segue a hereditariedade da infinita saga transposta às telonas baseada no HQ homônimo, e de mais uma safra de adaptações de maaais super-heróis. No entanto, o auge dessas adaptações muito provavelmente deve ter sido há uns 4 anos, quando era uma verdadeira enxurrada de obras do gênero. Hulk, Demolidor, X-Men 1 2 3, Homem Aranha 1 2 3, Motoqueiro Fantasma, Quarteto Fantástico 1 2, e por aí vai.
Piratas do Caribe parece ter abafado esse desânimo de tantas adaptações. Mas agora, Batman volta com força - e paralelo a isso, quem acompanha as novidades dos bastidores, sabe que os produtores americanos parecem ter descobrido um novo el dorado; os grandes mangás e animês japoneses. O primeiro filme já foi lançado; Speed Racer saiu há pouco de cartaz aqui nos cinemas brasileiros (e particularmente, um filme belíssimo em efeitos, cores, roteiro e atuações), mas Akira também já foi adaptado e Dragon Ball ressucita nostalgia e suspense, já que 100 milhões estão sendo investidos num filme que parece não ter pudor algum ao mudar abertamente as características dos personagens que fizeram parte da minha infância e da de todas as crianças que acompanhavam assiduamente as aventuras desse grande animê.
Uma maldição para os otakus mais obcecados e radicais, uma bênção para as indústrias cinematográficas que terão esses mesmos otakus pagando para ver um filme que muito provavelmente irão torcer o nariz. É um ciclo; mesmo esperando pouco dos filmes, vamos vê-los (até para manter assunto entre as rodas de conversa) para tiramos conclusões próprias.
Qual será a próxima investida?