Bom, faz quase um mês que já não posto por aqui..
Provas vieram nesse meio tempo, e também não tive muito estímulo para postar a respeito de algum filme e muito menos analisá-lo.
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Bom, parece que uma excelente safra de filmes veio para fechar com chave de ouro o ano de 2008, que por mais que não tenha sido tão prolífico e intenso quanto 2007 no quesito Cinema, tenta lançar boas (e polêmicas) obras para deixar o caminho aberto para 2009.
A começar pela comédia dramática Queime Depois de Ler, de Joel & Etan Cohen, os dois irmãos cineastas que recentemente produziram o suspense No Country for Old Men (pessimamente traduzido para 'onde os fracos não têm vez') que saiu vitorioso no Oscar e não empolgou tanto assim a platéia por aqui. Traz figurinhas fáceis como Brad Pitt, George Clooney, John Malkovich e Tilda Swinton.
Em seguida, temos o ótimo Rede de Mentiras, mais um lance de precisão do infalível Ridley Scott com seu favorito Russell Crowe e Leonardo DiCaprio numa trama longa, intensa e violenta sobre o terrorismo no Oriente Médio e Europa. Excelente, recomendo.
(pequena observação: como fã do diCaprio, acho legal ressaltar o quão sua figura se alterou à medida que fomos adentrando na década de 0; em início de carreira, ficou conhecido por interpretar personagens difíceis, sensíveis e complicados, como Romeu, Jack(Titanic), e em obras como Diário de um Adolescente e o que viria a ser o último nessa linha: A Praia. A partir de aí, depois de uma pequena brecha na carreira, aventurou-se em blockbusters que lhe exigem uma capacidade maior como ator, não tão profunda e expressiva, mas invariavelmente viril e durona, como provado em Os Infiltrados, Diamantes de Sangue e este recentíssimo Body of Lies. Vale perceber também o quanto o ator mudou em 11 anos; lembre de seu corpo magro, rosto delicado e cabelo escorrido em Titanic, e note o homem envelhecido, barbudo e forte dos filmes recentes - grande transformação).
Temos Vicky Cristina Barcelona, mais um do inesgotável Woody Allen que recém saiu de cartaz com O Sonho de Cassandra. Penélope, Javier e Scarlett atuam juntos num longa super original - como não poderia deixar de ser, vindo de quem veio -, tocante, sensível e suave.
A Duquesa traz Keira Knightley em mais um papel de época - que já se tornou comum em sua carreira.
Como sempre, não pode deixar de existir pelo menos uns dois filmes de suspense/terror que divirtam aqueles que realmente não têm tempo para ir ao cinema senão para um momento de rápida distração. Dessa vez, não temos monstros assustadores numa câmera amadora e trepidante como no recém Cloverfield, mas temos o original-mas-nem-tanto [REC], em que ooutra câmera não amadora (tipo aquelas de máquina digital) é colocada num ponto fixo e a trama toda rola em sua frente. A intenção com isso é tornar o filme o mais original possível - como se aquilo realmente tivesse acontecido e nada fora premeditado. Lembra o estilo de As Bruxas de Blair, mãe desse gênero do terror.
E temos a linda Liv Tyler num suspense muito elogiado pela crítica, Os Estranhos. Um casal é atormentado por três desconhecidos que sentem prazer em torturá-los por nada. O que parece mais do que batido ganha novo fôlego com elementos a serem conferidos por quem for assistir.
E claro! Como podemos esquecer de Daniel Craig em sua personificação polêmica de James Bond (brutamontes, nada classudo, loiro e baixo)? Quantum of Solace é mais um filme da série.
Cinema para todos os gostos, humores e intenções como há uns bons 6 meses já não se via. Aproveitem!
sábado, 29 de novembro de 2008
domingo, 2 de novembro de 2008
West Side Story
Amor, Sublime Amor conta a saga de uma guerra de gangues num bairro pobre no West Side de Nova York na década de 50, numa 'guerra' de onde surge dois amores impossíveis: de uma mulher dos Sharks e um homem dos Jets. A produção é de 1961, vencedora de 10 Oscars e traz a então lindíssima Natalie Wood dirigida por Robert Wise (A Noviça Rebelde).
A remontagem de Romeu & Julieta para os tempos modernos é um tema que ainda atrai diretores do mundo inteiro. No iniciozinho dos anos 60, não foi diferente. No entanto, o que o diferencia das demais adaptações (além do final não tão óbvio) é ter colocado a dramática história num pano de fundo atual e importante para a época; guerra entre guetos.
Aqui, não temos Montéquios ou Capuletos; temos imigrantes latinos e descendentes anglo-saxônicos, ambos paupérrimos e sem perspectivas de vida. Suas ocupações maiores são as brigas entre si, e que vêm a ter um final decisivo a ser tomado (clímax do filme). Até que uma latina apaixona-se por um "americano". O musical foi adaptado da Broadway, e permanece até hoje como um dos maiores já feitos; viria a estabelecer um molde para os demais filmes do gênero, estabelecendo um novo padrão e acrescentando recursos inovadores, como dança moderna, efeitos de luz e duração longa.
A questão imigratória é tratada (ao menos na primeira parte do filme) de forma bem-humorada e irônica, sem no entanto tornar-se desrespeitosa em algum momento (vide a sequência de dança dos latinos no terraço do prédio que habitam). É um filme atual e mesmo provável.
Wise mostrou-se um excelente diretor de musicais, e esse talvez seja o filme mais adulto. É supreeendente ao mostrar a realidade dificil desse grupo de excluídos socialmente - feios, pobres, sujos. E nada disso é desmentido no filme (onde, normalmente, ocorre nos musicais: a realidade idealizada é transformada numa cantoria desmedida que serve apenas para distrair, e acabamos esquecendo meses mais tarde. Alguns, no entanto, marcam, como esse West Side Story).
Por toda sua força e nostalgia, Amor Sublime Amor permance como um dos maiores clássicos do Cinema, pela sua originalidade, perfeição e simetria.
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