sábado, 11 de outubro de 2008
A Clockwork Orange
Faz quase um mês desde a última postagem, já que acabei me focando em outras coisas e não tive tempo para ver muitos filmes nesse meio tempo. Mas como não preciso acabar de ver algum para comentá-lo, falarei então sobre um dos maiores clássicos do Cinema, um dos símbolos da violência explícita cinematográfica na década de 70, e uma das obras-primas de Stanley Kubrick; Laranja Mecânica.
Lembro-me que foi um pouco difícil até eu conseguir assiti-lo da primeira vez. Minha paixão por Cinema começou desde criança, e portanto desde essa fase tive (e tenho) vontade de acompanhar a evolução dessa Arte, em suas maiores expressões. Mas claro, sendo pirralho não capto todos os significados de todos os filmes - e muita coisa passa desapercebida e portanto não vale à pena se esforçar para assistir algo que não dá pra entender completamente.
Os filmes violentos podem ser divididos em três tipos: os que pretendem transmitir uma mensagem, os que pretendem apenas chocar ou o mais raro, os que pretendem derrubar barreiras, mostrar algo e ainda chocar. Bom, quase todos os cineastas que produzem um filme desse nível, autodefinem suas obras como se fizessem parte desse último padrão. Quase todos são pretensiosos querendo mostrar "algo", quando na verdade é só apenas um bom escândalo que procuram.
Muitos adolescentes, em sua fase de rebeldia, procuram algo artístico para expressar sua raiva para com o mundo, e a indignação interna que sentem. Por isso aquela imagem clichê de adolescente roqueiro trancado no quarto é tão conhecida - é um processo natural na vida de várias pessoas. Pode-se dizer que um filme que expresse essa fase (assim como na música poderia ser Kiss ou Led Zeppelin..) é Laranja Mecânica - e muito desses 'indignados' dizem ser esse seu filme favorito, quando na verdade pouco têm a dizer a respeito dele e suas opiniões críticas baseiam-se naquilo que leram ou escutaram outros falando. Raramente têm um senso mais elaborado.
A imagem de Alex é emblemática - e quem entende um mínimo de Cinema, reconhece esses pôsteres à distância.
Alex é um garoto de classe média que vive numa Inglaterra não-muito-futurista, mas alguns anos à frente. Ele bate em mendigos e em idosos, estupra, rouba de vez em quando e é viciado numa droga líquida bem parecida com o leite. Além disso, é apaixonado por Beethoven, a nona sinfonia é sua grande inspiração.
O que faz Alex ser assim? Nada lhe falta; tem uma família compreensiva, uma casa confortável. Depois de um incidente, que termina num assassinato, ele é preso, e após uma seleção, usado no tratamento Ludovico, que muda completamente sua índole e o torna apresentável à sociedade.
O filme é grandioso; as cenas de violência fantásticas, com um tom sarcástico e irônico. A trilha sonora é algo excepcional - as músicas não poderiam ter sido melhor escolhidas.
Prefiro não colocar minha interpretação aqui, mas pela sinopse já fica claro que a obra é uma crítica feroz à sociedade, e o filme torna-se supreendentemente profético nos dias atuais. É, sem dúvida, um dos melhores filmes já feitos, e um dos meus favoritos.
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